COMO REALIZAR UMA PESQUISA DE OPINIÃO
Introdução.
- Apresentamos neste capítulo um roteiro que visa nortear a realização de uma pesquisa de opinião. O estudante deverá ter em mente que as idéias aqui apresentadas foram exemplificadas nos demais capítulos dessa apostila, cuja leitura é obrigatória para sua compreensão. A aplicação prática do roteiro não prescinde o entendimento correto da teoria estatística: experimente o prezado leitor seguir alienadamente uma receita de bolo e terá em mãos um bolo "solado" para lhe provar que a compreensão do que se faz sempre deve preceder o ato de fazer.
O estudante deverá ler e reler as idéias aqui apresentadas
ao longo do tempo em que estiver realizando a pesquisa. A medida em que o
trabalho prático vai avançando, os detalhes do roteiro vão se explicitando e
necessitando de atenção particular. Em outras palavras, você não deverá ler o
presente capítulo no início do semestre e depois esquecê-lo, mas sim
transformá-lo em seu "livro de cabeceira" durante a realização da
pesquisa.
Finalmente, o prezado leitor deverá sempre se lembrar que uma
pesquisa é feita para ser divulgada e que seu professor não será o único
leitor. Até porque a população que garante a existência da Universidade,
pagando em dia seus impostos, deve ter como retribuição a possibilidade de
acesso às pesquisas desenvolvidas no âmbito desta. Assim, o Relatório Final de
Pesquisa deverá ser auto-explicativo e escrito em linguagem acessível a um
leigo no assunto. Todo o cuidado com a linguagem é pouco, devendo ser evitados
os "jargões" e "palavras difíceis" tão presentes na
linguagem academicista.
- O que é Opinião Coletiva?
Como seu próprio nome deixa claro, uma pesquisa estatística de
opinião realiza o levantamento da opinião coletiva de uma população
acerca de determinado tema analisando uma amostra de opiniões individuais
obtidas através de adequados instrumentos de coleta de dados.
O que é opinião coletiva? Se houver consenso da população em torno
de determinada tese, não há maiores dificuldades em conhecê-la. Não havendo
consenso, o levantamento da opinião coletiva tona-se mais difícil e na grande
maioria das vezes tal consenso não existe. Poderá haver uma opinião
majoritária, seja contra, seja a favor ou mesmo indiferente a determinada tese.
Poderá ocorrer uma bipolarização da opinião em torno da tese e de sua negação,
de maneira a se formarem uma maioria e uma minoria. Essa bipolarização poderá
assumir diferentes graus, e por aí se vai...
Resumindo, levantar a opinião coletiva não é apenas relatar a
opinião média, a opinião da pessoa mediana, a opinião da moda ou o desvio
padrão existente entre duas opiniões quaisquer, mas sobretudo explicitar as
principais idéias que a população emitiu acerca de determinado tema, bem como
as inter-relações e contradições existentes entre essas idéias.
O levantamento da opinião coletiva se torna ainda mais complicado
quando se sabe que as pessoas individualmente podem mentir nas entrevistas,
procurando responder não o que pensam sobre determinado tema, mas sim o
consideram "politicamente correto" aos olhos da sociedade em geral.
Assim, os instrumentos de coleta de dados devem levar tal situação em conta,
procurando desvendar o que há por detrás das simples aparências.
Podemos estar interessados, contudo, apenas em aferir a opinião
média populacional. Podemos também estar interessados em detectar se há alguma
diferença de opinião média entre dois segmentos populacionais. Nesse caso,
sendo a amostra representativa, os valores amostrais são trabalhados pela estatística
descritiva e podem ser calculados pela estatística indutiva a margem de erro
e o nível de confiança da opinião média da população ou, no caso de se
estar comparando opiniões, o risco ou probabilidade de erro ao se
negar a hipótese (nula) de que não existiriam diferenças entre as opiniões
médias de duas populações distintas.
- Opinião Coletiva & Conclusões
da Pesquisa.
A opinião coletiva pode ser diretamente o objeto de estudo de uma
pesquisa em ciências humanas, ou então estar com ele de tal forma relacionada
que o estudo desse objeto necessite de seu levantamento através de uma pesquisa
estatística. Nos dois casos, o levantamento da opinião é uma parte subsidiária
ao estudo do objeto de pesquisa. A opinião estatisticamente obtida não se constitui
diretamente nas conclusões da pesquisa mas, ao contrário deve ser analisada e
criticada pelo pesquisador, a partir dos objetivos da pesquisa, ou seja,
daquilo que se quer saber acerca do objeto. Os resultados dessa análise crítica
é que se constituirão nas conclusões finais da pesquisa.
O fato da opinião coletiva de uma população sobre determinado tema
não se constituir nas conclusões da pesquisa, mas em seu objeto de estudo, não
diminui a importância do pesquisador saber como levantá-la estatisticamente. Ao
contrário, mostra porque esse conhecimento é básico para permitir o
aprofundamento de certos objetos de pesquisa.
- Projeto de Pesquisa.
O primeiro passo para a realização
de uma pesquisa é elaborar seu projeto. Esse tema é vasto e existem vários
livros e disciplinas específicas na área de ciências humanas que discutem a
elaboração de um Projeto de Pesquisa. Como estamos mais interessados na
pesquisa em si do que em seu projeto, apenas lembraremos que o Projeto de
Pesquisa deverá direcionar o trabalho da equipe durante um semestre inteiro,
constituindo-se, por assim dizer, no alicerce da pesquisa a ser realizada. Todo
esforço despendido na fase de projeto resultará em economia de trabalho nas
fases subseqüentes de trabalho prático.
Os passos práticos que o prezado leitor deverá seguir são os
seguintes:
- Escolha o tema a ser pesquisado. O
tema escolhido deverá ter um mínimo de relevância social. O prezado
leitor deverá levar em conta o que foi dito acerca da população
trabalhadora financiar a universidade através do pagamento de impostos e
da necessidade de devolvermos conhecimentos a essa mesma população.
Inclusive para criar uma nova funcionalidade social para a Universidade,
de forma a que esta sobreviva ao processo de sucateamento e privatização
levado a cabo pelo Governo FHC.
- Colete o maior número possível de
informações sobre o tema escolhido. Procure em livros, jornais, revistas,
páginas da internet etc. Com base em um estudo desse material, defina o objeto
de pesquisa, elaborando um estudo inicial que:
- Destaque sua importância;
- Problematize o contexto no qual está
inserido;
- Analise suas principais
características;
- Estabeleça quais fatores o
influenciam;
- Discuta a inter-relação de tudo isso.
- Delimite a população a ser
pesquisada;
- Elabore uma versão preliminar dos objetivos
de pesquisa, constando de perguntas que se quer responder acerca do
objeto de pesquisa;
- Com base nesses objetivos
preliminarmente elaborados, redija um questionário com perguntas
abertas versando sobre o objeto de pesquisa;
- Escolha uma amostra de no
máximo dez pessoas para a aplicação do questionário aberto. A amostragem
deverá ser intencional: o critério para a escolha dos entrevistados
deve ser a existência de uma opinião efetiva, seja qual ela for. De nada
adianta entrevistar quem não tenha opinião a dar... Os entrevistados devem
ser testemunhas de fatos relevante ou deter alguma forma de conhecimento
acumulado que ajude a elucidar ou problematizar o objeto e os objetivos da
pesquisa. Atenção: Não realize as entrevistas abertas antes da finalização
do Projeto de Pesquisa.
- Elabore um título para a
pesquisa, expressando o conteúdo do objeto pesquisado. Não são títulos
adequados: "Trabalho de Estatística" ou "Pesquisa
Estatística".
- Elabore um cronograma
de trabalho para toda a pesquisa;
- Redija o Projeto de Pesquisa.
Os itens que este deverá conter são:
- Capa com o Título da pesquisa,
nomes dos Estudantes e do Professor, etc.
- Apresentação: Breve relato que
apresente aos futuros leitores qual o trabalho que está sendo realizado, a
motivação para sua realização, quem o está realizando e em que
circunstâncias curriculares.
- Introdução: O contexto no
qual o objeto de pesquisa se situa deve relatado ao futuro leitor, de
forma que este possa compreender o que está sendo pesquisado.
- Objeto da pesquisa, bem como suas
características, fatores de influência, importância no contexto e
inter-relações. Nesse item deve ser colocado o resultado de todo o estudo
preliminarmente realizado através da bibliografia selecionada.
- Objetivos de pesquisa ou os aspectos
particulares do objeto de pesquisa que se quer conhecer, contextualizados,
normalmente na forma de perguntas concretas às quais se quer obter
respostas.
- Hipóteses de pesquisa, se as houver.
- População, delimitada em
função do objeto e objetivos da pesquisa;
- Amostra da Pesquisa Aberta: Os critérios
para a escolha dos entrevistados, o tamanho da amostra e a descrição do
processo de amostragem;
- Questionário Aberto: As questões
abertas para nortear as entrevistas de campo;
- Cronograma de trabalho para a
pesquisa.
- Pesquisa Aberta.
Após a revisão do Projeto de
Pesquisa, segue-se a realização e tabulação da pesquisa aberta, a qual visa
levantar os aspectos do objeto de pesquisa que passaram despercebidos quando da
elaboração do Projeto de Pesquisa, contribuindo tanto com novas informações
sobre o objeto como para uma definição mais precisa dos objetivos de pesquisa.
Pesquisa
Aberta de Opinião é apresentado um exemplo
que deverá ser lido e compreendido pelo leitor antes da realização da pesquisa
aberta.
A
aplicação da pesquisa aberta demanda os passos seguintes:
- Aplique
o questionário aberto em campo. As perguntas abertas deverão ser
apresentadas por escrito aos entrevistados. As respostas deverão ser
verbais aos membros da equipe, que se encarregarão de anotá-las por
escrito. A utilização de um gravador é recomendável, mas não substitui as
anotações por escrito.
- Durante
a entrevista, os entrevistadores deverão questionar as respostas detalhe
por detalhe, visando torná-las as mais completas possíveis. Muitas vezes o
entrevistado "toma o controle" da entrevista e relata inúmeros
detalhes anteriormente insuspeitos ao investigador. Se tal situação
ocorrer, as perguntas abertas servirão para o pontapé inicial sobre os
temas que se quer discutir. O importante é saber ouvir, anotar e apreender
o que está sendo dito pelo entrevistado.
- Tabule
as respostas a cada pergunta na tabela espelho do questionário aberto,
"passando a limpo" suas anotações sobre o que o entrevistado
efetivamente respondeu;
- Reorganize
as respostas tendo por critério as idéias comuns que surgirem. Para isso,
proceda da forma seguinte:
- Leia atentamente a tabela espelho do questionário
aberto e anote cada idéia nova que surgir em uma fichas de papel (por
exemplo, uma folha de papel A4 dividida em 8 partes);
- Organize as fichas contendo idéias por temas em
comum, para os quais você deverá dar um nome adequado;
- Dentro de um mesmo tema, você poderá organizar as
fichas das idéias por sub-temas, os quais também deverão possuir nomes
apropriados.
- A partir da organização desse fichário, redija o
quadro sinóptico das respostas.
- Uma vez
reorganizadas as respostas em temas, sub-temas e idéias, redija o resumo
descritivo das respostas às questões abertas. O texto descritivo deverá
corresponder o mais fielmente possível à opinião dos entrevistados, não
sendo um produto da ideologia ou opinião política dos membros da equipe.
- Desde já fica
um alerta à tentação de se produzir um documento "politicamente
correto". As entrevistas visam saber a opinião dos entrevistados
acerca do objeto e objetivos de pesquisa e não a opinião da equipe sobre
o que os entrevistados supostamente deveriam ter como opinião...
- Com base no
acréscimo de informações que o resumo descritivo representou em relação
ao Projeto de Pesquisa, redefina o objeto de pesquisa, enriquecendo o
estudo inicialmente elaborado, bem como os objetivos de pesquisa,
desdobrando-os em perguntas mais específicas acerca do objeto.
- Redija o
Relatório da Pesquisa Aberta, que deverá conter o seguinte:
- Capa contendo título, etc;
- Apresentação do que se trata o relatório;
- As perguntas abertas aplicadas;
- A tabela espelho do questionário aberto, contendo o
resumo das respostas de cada entrevistado;
- O quadro sinóptico das respostas organizadas por
idéias afins;
- O resumo descritivo da opinião pesquisada;
- As novas definições e discussões acerca do objeto e objetivos de pesquisa.
- Projeto de
Coleta de Dados.
A partir do Relatório da Pesquisa Aberta, deverá ser elaborado o Projeto
de Coleta de Dados. A seqüência de trabalho é a seguinte:
- Com base no
objeto e nos objetivos de pesquisa, os quais foram redefinidos à luz da
pesquisa aberta, elabore um questionário com perguntas fechadas, o qual
será o instrumento de coleta da opinião coletiva da amostra acerca do
tema em pauta, servindo também para a obtenção do perfil ou
estratificação dessa mesma amostra. Lembre-se que as perguntas do
questionário fechado não são iguais às perguntas dos objetivos de
pesquisa, mas estão intrinsecamente relacionadas com elas, de forma que a
análise crítica das respostas às questões fechadas permita o
estabelecimento de respostas aos objetivos da pesquisa.
- Defina as
variáveis aleatórias que representarão as respostas às perguntas
fechadas, tanto as perguntas que estabelecerão a opinião amostral como as
que definirão o perfil da amostra.
- As perguntas do
questionário fechado e as variáveis aleatórias que delas decorrem devem
ser definidas à luz do estabelecimento por escrito de um quadro
conceptual que explique o que se quer obter com cada uma das
variáveis aleatórias e como elas serão utilizados para a obtenção da
informação desejada.
- Defina o tamanho
da amostra. No mínimo 100 pessoas deverão ser entrevistadas, para se
obter uma amostra suficientemente grande;
- Defina o método
de amostragem a ser utilizado:
- Aleatório: Os
entrevistados serão escolhidos através de alguma forma de sorteio.
- A esmo: Os
entrevistados serão escolhidos ao acaso, mas sem sorteio;
- Intencional: Os
entrevistados serão escolhidos intencionalmente, como representantes de
determinada situação ou opinião.
- Por
preenchimento de cotas. Os entrevistados serão escolhidos a esmo, mas de forma a
completar as cotas de uma Tabela de Definição da Amostra.
- O método de
amostragem por preenchimento de cotas é muito utilizado e bastante
confiável. A idéia do é fazer com que o perfil da amostra, seja o
mais semelhante possível ao perfil populacional, em termos dos fatores
que podem influenciar o objeto de estudo. São as chamadas variáveis de
controle, obtidas a partir do quadro conceptual que o leitor redigiu em
seu Projeto de Pesquisa. Exemplos de variáveis de controle são:
- Idade;
- Sexo;
- Situação
sócio–econômica;
- Escolaridade;
- Local de moradia;
ou outros...
- O perfil populacional deverá ser obtido da
literatura ou do conhecimento prático obtida nas entrevistas abertas.
Para o caso particular do perfil sócio-econômico, vide o Anexo 4 –
Distribuição da População Brasileira Segundo o Consumo.
- O tamanho da amostra e seu perfil se constituem nas
informações básicas para a elaboração da Tabela de Definição da
Amostra, a qual contem os cruzamentos das variáveis definidoras do
perfil da amostra e quantas entrevistas deverão ser realizadas em cada
um desses cruzamentos. Cada célula dessa tabela contém uma cota de
entrevistas que deverá ser cumprida, para a obtenção da amostra com o
perfil pretendido.
- Uma vez definidos todos esses parâmetros da pesquisa,
redija a metodologia de pesquisa. A partir da definição do quadro
conceptual, essa é a parte do relatório que explica em detalhes o que
será realizado posteriormente na pesquisa de campo e na análise dos
dados obtidos:
- Como o
questionário fechado será aplicado;
- A forma como as
variáveis aleatórias representarão o perfil da amostra
- A forma como as
variáveis aleatórias representarão as respostas às perguntas relativas à
opinião do questionário fechado
- A maneira
através da qual os valores amostrais dessas variáveis serão trabalhados
estatisticamente
- A maneira
através da qual as estatísticas descritivas calculadas serão
interpretadas qualitativamente para se gerar um quadro descritivo da
opinião pesquisada.
- Depois de tudo
isso, basta terminar o Projeto de Coleta de Dados, contendo:
- Capa com título,
etc.
- Apresentação do
que se trata nesse relatório;
- Quadro
conceptual que defina a situação pesquisada
- Questionário
fechado;
- Variáveis
resposta às perguntas fechadas;
- Perfil da
amostra, obtido do perfil da população que se irá pesquisar;
- Tabela de definição
da amostra
- Processo de
amostragem escolhido;
- Metodologia da
pesquisa.
- Pesquisa
Piloto.
Após a finalização do Projeto
de Coleta de Dados vem a pesquisa piloto. Embora possa parecer perda de tempo,
sua realização é essencial tanto para a correção de defeitos nas perguntas
fechadas (coisa muito mais comum do que se pode pensar inicialmente) como
também para o treinamento dos estudantes na realização da pesquisa fechada.
Uma pesquisa piloto
bem realizada e bem aproveitada pode representar considerável redução do
trabalho subsequente, tanto na realização do trabalho de campo como
principalmente na análise e interpretação posterior dos dados coletados.
Afinal, se você só se perceber que algo saiu errado com a pergunta mais
importante de seu questionário após todo o trabalho de campo ter sido
realizado, como fará para consertar o defeito? Siga o procedimento abaixo para
economizar tempo e dinheiro:
- Aplique os questionários fechados a uma amostra
piloto de no mínimo 10 pessoas;
- Anote nos questionários os principais problemas que
ocorrerem com sua aplicação:
- Dificuldades de interpretação das questões pelos
entrevistados;
- Questões dúbias ou mal formuladas;
- Questões que levaram a um direcionamento das
respostas;
- Dificuldades do estudante em aplicar o
questionário.
5.
Analise esses problemas e
revise o questionário fechado;
- Redija o
Relatório da Pesquisa Piloto, contendo os itens:
- Capa com título, etc.
- Apresentação do trabalho, etc.
- Questionário fechado;
- Tabela espelho do questionário fechado, com as
respostas da amostra piloto;
- Descritivo dos problemas, dificuldades de
interpretação, dubiedades, direcionamentos, etc, encontrados durante a
aplicação piloto;
- Questionário fechado revisado.
- Trabalho de
Campo.
O trabalho de campo se constitui na alma da pesquisa de opinião é
sua parte mais trabalhosa. Se a pesquisa piloto tiver sido realizada com êxito,
o trabalho nessa fase será facilitado.
- Aplique os
questionários fechados à amostra escolhida. Especial cuidado deve ser
tomado com o direcionamento das entrevistas a partir da opinião
preestabelecida dos estudantes acerca do objeto de pesquisa.
- Como amostra da
pesquisa deverá ter seu perfil pré-delimitado na tabela de definição da
amostra, especial cuidado deve ser tomado no controle dos
questionários já aplicados, de forma a que a equipe, em conjunto,
consiga "fechar" essa tabela preestabelecida de distribuição
das entrevistas pelos cortes do perfil da amostra;
- A
"tentação" de se forjar o perfil de determinado entrevistado
real, mudando-o de forma a permitir o "fechamento" da tabela
de definição da amostra se constitui em desonestidade intelectual e
desvirtua a confiabilidade da pesquisa estatística. Pior ainda, a
"tentação" de se forjar respostas e inventar entrevistas
fictícias para "acelerar" o trabalho constitui-se em
verdadeiro crime intelectual;
- Anote em diário
de campo a descrição do processo de amostragem:
- Data e hora de
cada uma das entrevistas;
- Locais de
realização de cada uma das entrevistas;
- Condições nas
quais as entrevistas foram realizadas
4.
Anote em diário de campo eventuais fatos relevantes para a
pesquisa:
- Declarações
dos entrevistados;
- Recusa à
resposta;
- Questionamentos
que surgirem acerca da pesquisa;
4.
Analise esses fatos à luz do objeto e objetivos da
pesquisa, bem como do perfil e da representatividade da amostra;
5.
Redija o Relatório de Campo, contendo:
§ A descrição detalhada
do processo de amostragem;
- Os fatos
relevantes da coleta de dados; e
- A análise de
tais fatos
- Elaboração
do Relatório de Pesquisa.
Terminado o trabalho de campo, vem a elaboração do Relatório de
Pesquisa. Se tudo estiver em ordem, estarão prontos os seguintes relatórios
parciais. Em conjunto, eles se constituirão na base para a elaboração do
Relatório de Pesquisa.
- Projeto de
Pesquisa;
- Relatório da
Pesquisa Aberta;
- Projeto de
Coleta de Dados;
- Relatório da
Pesquisa Piloto;
- Relatório de
Campo.
Mantendo o cronograma dos
relatórios parciais em dia, uma equipe chegará a essa fase com o trabalho
praticamente pronto. Bastará, a seguir:
- Tabular os dados;
- Realizar a estatística descritiva das variáveis
de controle, que definem o perfil da amostra, de forma a se
certificar de sua representatividade perante a população
- Realizar a estatística descritiva das variáveis
resposta, visando a obtenção de informações para os objetivos da
pesquisa.
- Realizar os
cálculos de estatística indutiva com as variáveis resposta, visando a
generalização das informações obtidas na amostra para toda a
população
- Analisar
qualitativamente as estatísticas descritivas e as probabilidades
calculadas através da estatística indutiva, visando estabelecer um
quadro descritivo da opinião pesquisada.
- Tabulação
dos Dados.
A tabulação dos dados do questionário fechado é o primeiro passo
para a redação do Relatório de Pesquisa. Com os dados obtidos em campo, deverá
ser elaborada a tabela espelho do questionário fechado contendo:
- Perfil da
amostra;
- Respostas às
perguntas fechadas.
Essa tabela deverá ser elaborada imediatamente após o trabalho de
campo, para garantir que não ocorram perdas acidentais de dados e deverá fazer
parte dos anexos do Relatório de Pesquisa.
- Estatística
Descritiva do Perfil da Amostra:
- De acordo com
a metodologia estabelecida para a pesquisa, cada uma das perguntas do
questionário fechado que dizem respeito ao perfil da amostra deu
origem a uma variável de controle. Após a tabulação dos dados, temos
os valores amostrais de cada uma dessas variáveis. Tais valores serão
utilizados pela estatística descritiva para o cálculo do seguinte:
- As
distribuições de freqüências das variáveis de controle;
- As
estatísticas amostrais dessas variáveis.
- Média;
- Mediana;
- Moda;
- Desvio
padrão;
- Desvio
padrão da média.
- As
distribuições de freqüência e estatísticas descritivas das variáveis
de controle devem ser dispostas em tabelas apropriadas, uma para cada
variável. Os cálculos estatísticos para a obtenção dos valores não
devem constar dessas tabelas, mas apenas os valores calculados. Os
cálculos dever ficar na "memória de cálculo" anexo ao Relatório
de Pesquisa.
- Elabore os
histogramas, gráficos descritivos das distribuições de freqüência do
perfil da amostra, um para cada variável
- Analise
qualitativamente o processo de amostragem e a representatividade da
amostra, a partir das estatísticas e gráficos descritivos do perfil
da amostra, das informações contidas no Relatório de Campo e
da definição do objeto e objetivos de pesquisa. Essa análise visa
determinar se a amostra pode ou não pode ser considerada
representativa da população, no tocante ao estudo do objeto e
consecução dos objetivos de pesquisa. Em caso da amostra poder ser
considerada representativa, é necessário explicitar quais viesses
podem ocorrer quando da indução das conclusões amostrais para
conclusões populacionais.
- Redija a
análise quantitativa e qualitativa da estatística descritiva do
perfil da amostra, a qual deverá ser parte do Relatório de Pesquisa.
- Estatística
Descritiva e Indutiva das Respostas ao Questionário Fechado.
- Também as
perguntas do questionário fechado que almejavam à obtenção da opinião
amostral dão origem a conjuntos de dados amostrais das
correspondentes variáveis resposta. Para cada uma dessas variáveis
deverá ser calculado e sumariado:
- A
distribuição de freqüências;
- As
estatísticas descritivas:
- Média;
- Mediana;
- Moda:
- Desvio
padrão:
- Desvio
padrão da média, se não existir cortes no perfil da amostra;
- Desvio
padrão da diferença entre médias, no caso da existir cortes no
perfil da amostra.
- Esse
procedimento vale para tanto a análise de todos os dados amostrais em
conjunto como para o estudo de subconjuntos de dados amostrais que
tenham sido estabelecidos em decorrência de cortes no perfil da
amostra.
- De acordo com
os objetivos de pesquisa, as distribuições de freqüências das
variáveis resposta a cada pergunta fechada deverão ser obtidas de
duas diferentes maneiras:
- Agrupando
todos as respostas da amostra; e
- Sub-agrupando
os respostas em função de cortes no perfil da amostra determinados
pelo objeto e objetivos da pesquisa:
- Se o corte
for por idade, haverá pelo menos dois subconjuntos de estatísticas
calculadas: os de certa faixa etária "versus" os de outra
faixa etária;
- Se o corte
for por sexo ou gênero, haverá exatamente dois subconjuntos:
estatísticas masculinas "versus" estatísticas femininas;
- Se o corte
for por situação sócio–econômica poderá haver dois subconjuntos:
"pobres" (classes "E", "D" e
"C") "versus" "ricos" (classes
"B" e "A");
- Se o corte
for por escolaridade deverá haver pelo menos dois subconjuntos:
"mais escolarizados" "versus" "menos
escolarizados;
- Se o corte
for por local de moradia: moradores de certa região
"versus" moradores de outra região.
- Elabore os
histogramas das distribuições de freqüência das variáveis resposta,
de acordo com os cortes da amostra e para todos os dados de conjunto.
- A partir das
estatísticas descritivas da amostra, realize os cálculos da
estatística indutiva obtendo, no caso de não haver cortes na amostra,
as margens de erro e nível de confiança de cada conclusão
populacional.
- Se existirem
cortes na amostra isso implicará na realização de testes de hipóteses
para a generalização dos resultados amostrais a toda a população. Por
exemplo, no caso de se estar comparando a opinião de dois extratos da
população através do estudo de dois cortes da amostra, calcule o
risco ou a probabilidade de erro ao se rejeitar a hipótese (nula) de
que não existem diferenças populacionais de opinião.
- Sumarie os
resultados das estatísticas descritiva e indutiva em tabelas
apropriadas, deixando a memória de cálculo para os anexos.
- Análise
Qualitativa das Respostas ao Questionário Fechado:
- Estude as
estatísticas calculadas e gráficos descritivos das variáveis
aleatórias representantes das respostas a cada pergunta. Leve em
conta os objetivos de pesquisa, os cortes amostrais e a
representativade da amostra como um todo. Para cada variável
resposta, uma interpretação clara em língua portuguesa deve ser
formulada como resultado dessa análise qualitativa dos dados
quantitativos.
- Redija, para
cada pergunta e corte amostral, a interpretação das respostas
fornecidas, em termos das estatísticas descritivas e indutivas e dos
gráficos descritivos.
- O número de
interpretações a ser elaborado é igual ao número de perguntas,
multiplicado pelo número de cortes na amostra. Assim, 15 perguntas
com uma amostra cortada em duas resultará em 30 interpretações.
- Conclusões
do Relatório de Pesquisa.
As conclusões são a própria razão de ser da pesquisa. Essa
etapa representa um salto de qualidade no processo de pesquisa. Durante
as etapas anteriores houve um crescente acúmulo na quantidade de informações,
sejam elas de cunho quantitativo ou qualitativo. Na fase das conclusões esse
acumulo de quantidade de variadas informações dá origem a um salto de
qualidade, gerando as respostas a cada um dos objetivos de estudo e as
conclusões populacionais sobre o objeto de estudo.
Muito esforço cerebral deve ser reservado à formulação das
conclusões da pesquisa. A todo custo deve-se evitar "morrer na
praia", produzindo uma pesquisa de bom nível que no entanto, padece do
"pequeno defeito" de nada concluir...
Tal esforço se mostra ainda mais necessário quando se analisa a
barreira psicológica imposta ao raciocínio estudantil pelo "pacto de
mediocridade" existente na universidade brasileira. Nela, há
professores medíocres que só aprovam os alunos que papagueiam nas provas as
palavras ditas por eles em aula. Só vale ao estudante acatar acriticamente a
posição política-ideológica do professor, e qualquer sinal de independência intelectual
é punido com a nota baixa. Ao lado desses professores, há estudantes não menos
medíocres que se comprazem em tomar nota direitinho, "puxar o saco"
de vez em quando, "papagaiar" uma prova e.... fácil: aprovação
garantida!
O "pacto de mediocridade" castra a inteligência da
juventude e é útil à dominação das elites na medida em que forma consciências
comodistas e conformadas. Não ao comodismo! Não ao conformismo!
Independência intelectual! Em seu trabalho de pesquisa os estudantes devem
concluir o que deve ser concluído dos dados analisados, doa a quem doer! Exijamos
o impossível!
Os passos práticos para a elaboração das conclusões da pesquisa
são os seguintes:
- Analise
qualitativamente, em termos sociológicos, econômicos, políticos, psicológicos,
etc, as interpretações das estatísticas descritivas e indutivas das
variáveis resposta. Cada pergunta irá gerar uma análise diferente,
que deverá trazer respostas aos objetivos de pesquisa, aumentando o
conhecimento sobre o objeto de estudo.
- No caso de não
haver cortes no perfil da amostra, nessa análise deve ser incluída a
margem de erro e o nível de confiança das conclusões populacionais.
- No caso desses
cortes existirem, inclua na análise o risco de erro ao se rejeitar a
hipótese de não existir diferença de origem populacional;
- A generalização
para a população das interpretações de cada variável resposta deve
partir da análise das variáveis de controle, a qual estabeleceu a
representatividade da amostra e os possíveis viesses existentes.
- As conclusões
obtidas para as diferentes variáveis resposta devem ser comparadas
entre si, buscando-se estabelecer os nexos e contradições existentes
na opinião pesquisada.
- Se a pesquisa
visava explicar os porquês de determinada opinião coletiva, será
nessas concordâncias e contradições entre as diferentes respostas que
tais porquês serão encontrados.
- Resumo da
Pesquisa.
O Resumo é a síntese
da pesquisa elaborada, a segunda parte mais importante do relatório de
pesquisa, depois das conclusões.
Deverá conter 25 linhas de bom português, sem "jargões" e "palavras difíceis" com uma explanação global do contexto, do conteúdo e das conclusões da pesquisa realizada.
Especial cuidado deve ser tomado com a redação do resumo. Como ela se dá ao final de todo o trabalho, quando o prezado leitor já deverá estar cansado de tanto escrever, muitas vezes trabalhos excelentes são desperdiçados por resumos feitos sobre a pressão dos acontecimentos.
No caso de se pedir a publicação do trabalho ou sua apresentação em um congresso ou seminário, o resumo é a parte que será lida pela banca selecionadora. Além disso, na grande maioria dos congressos e seminários, apenas o resumo é publicado.
A importância do resumo é permitir ao leigo entender o significado mais amplo da pesquisa realizada, possibilitando que este se decida a contatar o autor para obter o relatório integral.
Deverá conter 25 linhas de bom português, sem "jargões" e "palavras difíceis" com uma explanação global do contexto, do conteúdo e das conclusões da pesquisa realizada.
Especial cuidado deve ser tomado com a redação do resumo. Como ela se dá ao final de todo o trabalho, quando o prezado leitor já deverá estar cansado de tanto escrever, muitas vezes trabalhos excelentes são desperdiçados por resumos feitos sobre a pressão dos acontecimentos.
No caso de se pedir a publicação do trabalho ou sua apresentação em um congresso ou seminário, o resumo é a parte que será lida pela banca selecionadora. Além disso, na grande maioria dos congressos e seminários, apenas o resumo é publicado.
A importância do resumo é permitir ao leigo entender o significado mais amplo da pesquisa realizada, possibilitando que este se decida a contatar o autor para obter o relatório integral.
Ao final do resumo, o prezado estudante deverá fazer constar seu
nome e endereço para contatos por escrito, seja via correios, via fax
ou endereço eletrônico e-mail
§ Partes Componentes
do Relatório de Pesquisa
O Relatório de Pesquisa deve ser redigida a partir de todo o
material precedente. As principais partes componentes do relatório não
necessitam cada uma ter um título próprio. Para efeito didático, várias partes
podem estar englobadas sob um título em comum, criando-se os devidos
"ganchos" entre as diversas partes do trabalho. Segue-se uma proposta
de estrutura padrão para o Relatório de Pesquisa:
Capa (contendo faculdade, disciplina, título, autores, professor
orientador, data)
Resumo;
Dedicatória (opcional);
Sumário;
- Apresentação;
- Introdução;
- Objeto &
Objetivos (incluindo as hipóteses de pesquisa, se as houver);
- População
& Amostras (da pesquisa aberta e fechada);
- Metodologia
de Pesquisa (todo o processo de coleta de dados, aberto e fechado);
- Conclusões
Finais;
- Análise dos
Dados:
- Análise da
Pesquisa Aberta
- Descritivo
da amostra da pesquisa aberta;
- Questionário
aberto;
- Tabela
espelho do questionário aberto;
- Quadro
sinóptico das respostas às perguntas abertas;
- Resumo
descritivo das respostas às perguntas abertas;
§ Análise do Perfil e
Representatividade da Amostra Fechada
- Tabelas das
estatísticas descritivas calculadas do perfil da amostra;
- Gráficos do
perfil da amostra da pesquisa fechada;
- Discussão
qualitativa acerca da representatividade da amostra;
§ Análise das Respostas
ao Questionário Fechado
- Questionário
fechado;
- Tabelas das
estatísticas descritivas calculadas das respostas da amostra;
- Tabelas das
estatísticas indutivas calculadas;
- Gráficos
descritivos de cada resposta;
- Interpretação
qualitativa dos dados quantitativos de cada resposta;
§ Anexos:
§ Tabela espelho do
questionário fechado;
§ Memória de cálculo das
estatísticas descritivas e indutivas;
Deve-se prestar atenção ao itens "Conclusões" e
"Resumo", pois são nessas duas partes do Relatório de Pesquisa
que se concentram as informações dispersas nas demais partes, as quais assumem
um caráter qualitativamente superior.
Se as Conclusões se constituem na própria razão de ser
da pesquisa, o Resumo é que permitirá que tais conclusões não permaneçam
"secretas", expostas apenas "à crítica roedora das traças",
mas sejam divulgadas para o público mais amplo possível.
3.
Seminário de Pesquisa.
Via de regra, as informações obtidas por uma pesquisa devem
retornar a quem nela participou, fornecendo informações, ou quem mais possa
estar interessado em conhecer o objeto pesquisado.
Se a pesquisa se deu em determinada unidade da universidade, os estudantes,
professores e funcionários dessa unidade deverão ter o direito de vir a
conhecer seus resultados. Se foram dirigentes sindicais a prestar os
depoimentos abertos iniciais, toda a categoria deve ter o direito de saber as
conclusões finais. E assim por diante.
Em função dessa necessidade de demonstrarmos ao contribuinte que
nos financia qual a razão de ser da Universidade Pública, ao final do semestre
haverá espaço reservado à apresentação, na forma de painéis. Um seminário
estudantil de pesquisa, com direito à certificado e – principalmente – aberto a público mais
amplo que a própria turma de estatística. Para participar bastará fazer o
seguinte:
4.
Prepare a apresentação da pesquisa;
5.
Apresenta-a em seminário aos colegas estudantes;
6.
Discuta a pesquisa e as conclusões apresentadas com os colegas
(essa parte é a mais importante), incorpore ao relatório de pesquisa os
elementos trazidos à luz por essa discussão e redija a versão "para
publicação".
7.
Formato do Relatório de Pesquisa.
8.
Os relatórios parciais e o relatório final de pesquisa
devem ser digitados em Word. Os gráficos e tabelas podem ser elaborados em
planilhas Excel e importados para o texto em Word. Deve-se dar preferência à
versão Word97.
9.
A configuração de página deve ser para papel A4
com margens laterais de 3,0 cm e margens superiores e inferiores de 2,5
cm.
10. A
fonte da letra deve ser "Times New Roman" e o tamanho de corpo deve
ser 12.
11. O
texto deve ter uma única coluna. O espaço entre linhas deve ser simples e entre
parágrafos deve ser duplo. Não deve haver avanço de parágrafo.
12. Os
intertítulos devem ser numerados, centralizados, em fonte Bookmam Old Style,
corpo 13 em negrito.
13. O presente texto pode
servir de modelo para a formatação do relatório.
A entrega dos relatórios sempre deve ser feita em duas mídias:
Impresso em papel A4 e gravado em disquete de 3½ polegadas.
14. Pesquisas
Realizadas na UFBA.
No sentido de contribuir para a escolha do tema de pesquisa pelas
equipes de trabalho, apresentamos a seguir o elenco de pesquisas realizadas nos
períodos 97.1, 97.2 e 98.1 das disciplinas Estatística I-B e II-B:
As equipes podem escolher um tema já pesquisado para a
realização de nova pesquisa. Aliás, isso seria muito bom, pois partiria
de um trabalho já realizado, o qual poderia ser continuado e aperfeiçoado,
traçando bases para uma comparação das metodologias praticadas.
Variações de Peso em Produtos Alimentícios Comercializados em
Salvador. Analisou a variabilidade dos pesos
de produtos alimentícios como feijão, ervilha, Biscoitos Cream Cracker, Arroz,
Leite e Macarrão, todos encontrados em supermercados e mercearias de Salvador,
procurando detectar o nível de diferença dos pesos reais com os pesos nominais
constantes nas embalagens.
Acidentes de Trânsito
em Salvador. Analisou os números de acidentes de trânsito mês a mês em
Salvador, traçando o perfil das vítimas e dos tipos de acidentes.
Quem é preso na
Bahia? Realizou o levantamento do perfil sócio-econômico, cultural e racional
dos presidiários na Penitenciária Lemos de Brito. Procurou verificar se há
influência da raça na intensidade da pena atribuída aos detentos, não
encontrando evidência significativa ao nível de 5% de significância.
A Legalização da
Maconha. Analisou a opinião dos moradores de Salvador sobre o polêmico tema.
Estudos Preliminares Sobre o Consumo de Psicoativos em Villas do Atlântico: Teve por objetivo pesquisar o consumo de psicoativos entre a população jovem desse bairro de Lauro de Freitas, composta por indivíduos de classe média "média", estabelecendo diferenças e semelhanças entre os que consomem ou experimentam tais drogas e os que nunca fizeram uso delas. Objetivou também estabelecer quais os psicoativos mais consumidos, a evolução de seu consumo e a relação que a população consumidora estabelece com tais substâncias
Estudos Preliminares Sobre o Consumo de Psicoativos em Villas do Atlântico: Teve por objetivo pesquisar o consumo de psicoativos entre a população jovem desse bairro de Lauro de Freitas, composta por indivíduos de classe média "média", estabelecendo diferenças e semelhanças entre os que consomem ou experimentam tais drogas e os que nunca fizeram uso delas. Objetivou também estabelecer quais os psicoativos mais consumidos, a evolução de seu consumo e a relação que a população consumidora estabelece com tais substâncias
A Opinião sobre o
Consumo de Psicoativos entre os Moradores de Villas do Atlântico: um Estudo
Preliminar. Objetivou suscitar questões de cunho geral acerca do consumo de
psicoativos, a partir das opiniões obtidas entre moradores do referido bairro,
procurando problematizar o tema em seu contexto sociocultural, no intuito de
expor os efeitos dos aparelhos ideológicos do estado sobre a sociedade
brasileira.
Evolução dos Casos
de Aborto na Maternidade Tsylla Balbino - Período 1990 a 1997. A partir de um
posicionamento crítico sobre o aborto, essa pesquisa procurou traçar um perfil
das mulheres que abortam e discutir os números de abortos expontâneos e
provocados que foram realizados nessa maternidade durante o período de tempo
delimitado, em comparação com dados de atendimento global e de nascimentos no
mesmo período.
A Legislação do
Aborto: Questão Jurídica e Social. A partir do debate gerado pela
regulamentação da lei do aborto, procurou conhecer as opiniões emitidas pelas
estudantes de Ciências Sociais da UFBA.
Camisinha – Tem que
Usar! Procurou constatar se a camisinha está realmente sendo utilizada pelos
jovens e qual a opinião destes sobre os diversos aspectos de seu uso, fazendo
uma comparação entre homens e mulheres
O Comportamento
Sexual da Juventude Soteropolitana. Levantou o perfil da sexualidade de jovens
de ambos os sexos de Salvador, em relação à utilização da camisinha e diversos
hábitos e tabus sexuais.
A Emancipação Sexual
da Mulher. Objetivou conhecer o pensamento dos homens das várias classes
sociais acerca da emancipação sexual da mulher, estabelecer os bloqueios e
preconceitos que estes formulam com relação ao assunto e analisar a visão
machista que existe mesmo diante de tantas conquistas femininas na virada do
milênio.
A Terceira Ausência:
A intenção da pesquisa, realizada no Hospital Santo Antônio, foi averiguar a
existência ou não de atividade sexual na terceira idade, seu potencial qualificativo
e suas orientações de gênero. Pretendeu abordar a sexualidade na terceira idade
como um processo de reconstrução da identidade a partir da aceitação do outro
em relação à presença de ações dos diversos agentes.
Os Soteropolitanos
são Acomodados e Preguiçosos? Através do levantamento da opinião dos
soteropolitanos sobre diversos temas, procurou detectar se é verdade a lenda do
acomodamento e da preguiça, procurando também traçar o perfil dessas qualidades
em função da idade dos entrevistados. Concluiu que não há fundamento na lenda.
Bahia Morosa? Mesmo
tema que a anterior, procurando traçar o perfil do acomodamento e da preguiça
de acordo com o sexo, concluindo também que não há fundamento na lenda.
O Mito da Morosidade
Baiana. Objetivou analisar o relacionamento existente entre a concordância com
esse mito e as classes sociais. Concluiu que os baianos mais pobres possuem
maior concordância com o mito, considerando a si mesmos mais preguiçosos que os
baianos mais ricos.
A Opinião do Público
Feminino Sobre o Futebol. Objetivou analisar como a mulher vê o futebol,
enquanto prática esportiva e evento cultural capaz de envolver a todos, homens
e mulheres. Também foi pesquisada o quanto as mulheres se deixariam envolver
pela adesão ao futebol de seu companheiro e das pessoas que lhe são próximas.
A Inserção do Menor
no Mercado de Trabalho. Essa pesquisa foi realizada junto ao "Centro do
Menor João Paulo II" situado no bairro da Mata Escura de Salvador, o qual
tem a proposta de combater o fenômeno de meninas e meninos de reuna, através de
cursos profissionalizantes que são dados pela própria instituição. Procurou
investigar qual o número de meninos e meninas de rua que por intermédio dos
cursos profissionalizantes conseguiram ingressar no mercado de trabalho,
buscando assim um alternativa para fugir do risco da prostituição e
marginalidade.
O Perfil
Sócio-Econômico de Estudantes Repetentes da 5a Série da
Escola Estadual Conceição Meneses: Procurou estudar as causas da repetência,
comparando o perfil sócio-econômico dos estudantes repetentes com o dos não
repetentes, avaliando também a situação geral do ensino de péssima qualidade da
rede pública.
O Perfil Sócio
Econômico dos Turnos Vespertino e Noturno dos Estudantes das 7a
e 8a Séries da Escola Estadual David Mendes Pereira. Analisou
a situação geral dos alunos da escolas públicas e comparou os perfis dos
estudantes vespertinos e noturnos e procurando estudar a interferência dos
mesmos na aprendizagem dos alunos.
A importância do
Ensino de Filosofia no 2o Grau: Procurou saber qual a opinião
dos estudantes secundaristas acerca da importância do ensino da Filosofia nos
colégios públicos e privados de 2o Grau de Salvador, frente à sua realidade
sócio-cultural.
A Expectativa
Profissional do Estudante do 3o Colegial de uma Escola
Pública Soteropolitana. Objetivou analisar em que medida as expectativas
profissionais da juventude escolarizada soteropolitana se relacionam com o
contexto social e econômicos na qual tal juventude está inserida.
Quem São os
Estudante da UFBA? A partir das constantes afirmações de que os estudantes da
UFBA são provenientes das classe mais altas, estudaram em colégios particulares
e não trabalham, essa pesquisa procurou levantar quais instrumentos (natureza
da escola de 2o Grau) os estudantes mais pobres utilizaram
para ingressar na UFBA.
A Satisfação dos
Estudantes com o Curso de Farmácia da UFBA. Procurou traçar o perfil
sócio-econômico dos estudantes da Faculdade de Farmácia da UFBA e verificar seu
grau de satisfação com o curso que fazem. Procurou também verificar se existiam
diferenças significativas de opinião entre os estudantes que ainda estão na
primeira metade do curso e os que estão cursando a segunda metade.
Nível de Ensino no
Curso de Pedagogia da UFBA. Partindo do princípio de que a qualidade de ensino
é uma preocupação de todo estudante, pois é um dos fatores que irá definir o
perfil dos futuros profissionais, e que essa preocupação deve ser ainda maior
no curso de Pedagogia, o qual visa formar profissionais que irão interferir no
processo educativo, a pesquisa procurou avaliar a opinião dos estudantes sobre
a qualidade de ensino em sua faculdade.
A Mudança Curricular
na Faculdade de Psicologia: Procurou inferir a opinião dos futuros psicólogos
acerca da mudança curricular que se estava processando na Faculdade de
Psicologia. A pesquisa intentou estabelecer quais foram as reações emocionais
(medo, raiva, ansiedade, etc.) perante a mudança, bem como as atitudes práticas
tomadas pelo alunado após o início do processo de mudança.
A Escolha do Curso
de Língua Estrangeira como uma Oportunidade para o aprendizado de Língua e
Cultura Estrangeiras. Objetivou verificar a importância dada a língua inglesa
dentro da chamada globalização, como um aspecto a mais no processo de
qualificação profissional do estudantes.
A Opinião dos
Estudantes de Engenharia Química sobre o Número Reduzido do Sexo Feminino nesse
Curso. Objetivou identificar os fatores que
influenciaram na opção pelo curso, comparar as diferentes opiniões de ambos os
sexos e detectar se existe algum tipo de preconceito em relação às mulheres
nessa profissão.
O que Pensam de Estatística os Estudantes de Humanas na Ausência
do Professor? Buscou fazer uma comparação com
a pesquisa realizada semestralmente pelo professor, a qual objetiva estudar a
relação de tais estudantes com esta disciplina, procurando estabelecer se há
diferenças no discurso dos estudantes pela frente e pelas costas do professor.
Concluiu que os estudantes possuem dois discursos e perante o professor
respondem a pesquisa visando em primeiro lugar preservar seus interesses.
A relação entre os
Estudantes de Ciências Sociais e as Bibliotecas da UFBA. Objetivou analisar os
serviços prestados pelas bibliotecas e sua estrutura, o preparo de seus
funcionários, as atitudes, motivações e interesses dos estudantes para com as
bibliotecas. Concluiu que as bibliotecas da UFBA estão cumprindo, em bom grau,
o seu papel e que há interesse, consciência e boas expectativas dos estudantes
em relação a elas.
A Opinião dos
Estudantes da UFBA sobre o Jubilamento. Buscou levantar a opinião dos
estudantes sobre essa norma punitiva, bem como avaliar se havia ou não
diferenças significativas entre as opiniões dos estudantes da área de humanas e
da área de exatas.
A Indução da Opinião
na Pesquisa Eleitoral. Objetivou detectar até que ponto uma pesquisa de opinião
projetada para ser indutora poderá ou não influenciar a escolha de determinado
candidato pelo eleitor. Concluiu que existe uma forte influência do tipo de
questões utilizadas na escolha do candidato pelo eleitor ao final da pesquisa.
Além das citados
pesquisas realizadas, seguem mais algumas sugestões de temas:
§ Que motivos psicológicos e sociais levam a população a
votar em quem é seu carrasco?
- O que leva uma pessoa ser evangélico ou membro
de outra religião qualquer?
- O que os estudantes desejam da política?
- Que universidade os estudantes desejam?
- O soteropolitano é racista?
- A população negra é racista contra sua própria
raça?
- Bibliografia.
BARROS, Aidil de Jesus Paes de
& LEHFELD, Neide Aparecida de Souza – Projeto de Pesquisa: Propostas
Metodológicas – Petrópolis, Editora Vozes, 1990. ® Nos
capítulos III em diante, esse livro discute a elaboração de um projeto de
pesquisa, a coleta e interpretação dos dados e a redação do relatório final de
pesquisa.
BOYD, Harper W.,Jr
& WESTFALL, Ralf - Pesquisa Mercadológica, Texto e Casos - FGV -
Instituto de Documentação da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1978. ® Um
livro antigo mas muito bem explicado, para quem quiser aprofundar seus
conhecimentos em pesquisa de mercado. Tem na Biblioteca da Matemática.
GIL, Antônio Carlos
– Métodos e Técnicas de Pesquisa Social – São Paulo, Editora Atlas,
1991. ® Nos Capítulos 4 em diante, esse livro discute em detalhes
a formulação do problema na pesquisa social, a construção de hipóteses, o
planejamento da pesquisa, a operacionalização das variáveis aleatórias, a
observação e a entrevista, a elaboração de questionários, a construção de
escalas sociais, os principais testes estatísticos, a análise e interpretação
de dados e a elaboração de um relatório de pesquisa.
GOLDENBERG, Míriam – A Arte da
Pesquisa (Como Fazer Pesquisa Qualitativa em Ciências Sociais) – 2a
Ed., Rio de Janeiro, Ed. Record, 1998; R$ 11,00 ® Um
livro que discute a metodologia de pesquisa e instrumentaliza o leitor para a
realização de uma pesquisa qualitativa, discutindo os principais aspectos desse
tipo de pesquisa, sem no entanto cair no preconceito contra a utilização de
dados quantitativos e estatísticos. Endereço da autora: RP Record, CXP 23052
CEP 20922-970, Rio de Janeiro, RJ.
MATTAR, Frauze Nagib
– Pesquisa de Marketing – Volume 1 (R$ 29,00): Metodologia e
Planejamento, Volume 2 (R$32,00): Execução e Análise; Atlas, SP,
1995 ® Um livro para quem quiser se especializar em pesquisa de
mercado ou montar uma empresa de pesquisa.
SAMARA, Beatriz
Santos & BARROS, José Carlos – Pesquisa de Marketing – Conceitos e
Metodologia – Makron Books, 2a Ed. SP, 1997 (R$29,00) ® Outro
livro para quiser se aprofundar em pesquisa de mercado ou montar uma empresa de
pesquisa
RUDIO, Frans Vitor – Introdução
ao Projeto de Pesquisa Científica – Petrópolis, Editora Vozes, 1990. ® Nos
capítulos II em diante, esse livro discute a elaboração de um projeto de
pesquisa, as diferenças entre pesquisa descritiva e experimental, a formulação
do problema da pesquisa, o enunciado das hipóteses, a coleta, análise e
interpretação dos dados de pesquisa.
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