COMO REALIZAR UMA PESQUISA DE OPINIÃO


Introdução.
  1.        Apresentamos neste capítulo um roteiro que visa nortear a realização de uma pesquisa de opinião. O estudante deverá ter em mente que as idéias aqui apresentadas foram exemplificadas nos demais capítulos dessa apostila, cuja leitura é obrigatória para sua compreensão. A aplicação prática do roteiro não prescinde o entendimento correto da teoria estatística: experimente o prezado leitor seguir alienadamente uma receita de bolo e terá em mãos um bolo "solado" para lhe provar que a compreensão do que se faz sempre deve preceder o ato de fazer.

O estudante deverá ler e reler as idéias aqui apresentadas ao longo do tempo em que estiver realizando a pesquisa. A medida em que o trabalho prático vai avançando, os detalhes do roteiro vão se explicitando e necessitando de atenção particular. Em outras palavras, você não deverá ler o presente capítulo no início do semestre e depois esquecê-lo, mas sim transformá-lo em seu "livro de cabeceira" durante a realização da pesquisa.
Finalmente, o prezado leitor deverá sempre se lembrar que uma pesquisa é feita para ser divulgada e que seu professor não será o único leitor. Até porque a população que garante a existência da Universidade, pagando em dia seus impostos, deve ter como retribuição a possibilidade de acesso às pesquisas desenvolvidas no âmbito desta. Assim, o Relatório Final de Pesquisa deverá ser auto-explicativo e escrito em linguagem acessível a um leigo no assunto. Todo o cuidado com a linguagem é pouco, devendo ser evitados os "jargões" e "palavras difíceis" tão presentes na linguagem academicista.
 
 
  1. O que é Opinião Coletiva?
     
Como seu próprio nome deixa claro, uma pesquisa estatística de opinião realiza o levantamento da opinião coletiva de uma população acerca de determinado tema analisando uma amostra de opiniões individuais obtidas através de adequados instrumentos de coleta de dados.
 
O que é opinião coletiva? Se houver consenso da população em torno de determinada tese, não há maiores dificuldades em conhecê-la. Não havendo consenso, o levantamento da opinião coletiva tona-se mais difícil e na grande maioria das vezes tal consenso não existe. Poderá haver uma opinião majoritária, seja contra, seja a favor ou mesmo indiferente a determinada tese. Poderá ocorrer uma bipolarização da opinião em torno da tese e de sua negação, de maneira a se formarem uma maioria e uma minoria. Essa bipolarização poderá assumir diferentes graus, e por aí se vai...
Resumindo, levantar a opinião coletiva não é apenas relatar a opinião média, a opinião da pessoa mediana, a opinião da moda ou o desvio padrão existente entre duas opiniões quaisquer, mas sobretudo explicitar as principais idéias que a população emitiu acerca de determinado tema, bem como as inter-relações e contradições existentes entre essas idéias.
O levantamento da opinião coletiva se torna ainda mais complicado quando se sabe que as pessoas individualmente podem mentir nas entrevistas, procurando responder não o que pensam sobre determinado tema, mas sim o consideram "politicamente correto" aos olhos da sociedade em geral. Assim, os instrumentos de coleta de dados devem levar tal situação em conta, procurando desvendar o que há por detrás das simples aparências.
Podemos estar interessados, contudo, apenas em aferir a opinião média populacional. Podemos também estar interessados em detectar se há alguma diferença de opinião média entre dois segmentos populacionais. Nesse caso, sendo a amostra representativa, os valores amostrais são trabalhados pela estatística descritiva e podem ser calculados pela estatística indutiva a margem de erro e o nível de confiança da opinião média da população ou, no caso de se estar comparando opiniões, o risco ou probabilidade de erro ao se negar a hipótese (nula) de que não existiriam diferenças entre as opiniões médias de duas populações distintas.
 
  1. Opinião Coletiva & Conclusões da Pesquisa.
     
 A opinião coletiva pode ser diretamente o objeto de estudo de uma pesquisa em ciências humanas, ou então estar com ele de tal forma relacionada que o estudo desse objeto necessite de seu levantamento através de uma pesquisa estatística. Nos dois casos, o levantamento da opinião é uma parte subsidiária ao estudo do objeto de pesquisa. A opinião estatisticamente obtida não se constitui diretamente nas conclusões da pesquisa mas, ao contrário deve ser analisada e criticada pelo pesquisador, a partir dos objetivos da pesquisa, ou seja, daquilo que se quer saber acerca do objeto. Os resultados dessa análise crítica é que se constituirão nas conclusões finais da pesquisa.
O fato da opinião coletiva de uma população sobre determinado tema não se constituir nas conclusões da pesquisa, mas em seu objeto de estudo, não diminui a importância do pesquisador saber como levantá-la estatisticamente. Ao contrário, mostra porque esse conhecimento é básico para permitir o aprofundamento de certos objetos de pesquisa.
 
 
  1. Projeto de Pesquisa.
O primeiro passo para a realização de uma pesquisa é elaborar seu projeto. Esse tema é vasto e existem vários livros e disciplinas específicas na área de ciências humanas que discutem a elaboração de um Projeto de Pesquisa. Como estamos mais interessados na pesquisa em si do que em seu projeto, apenas lembraremos que o Projeto de Pesquisa deverá direcionar o trabalho da equipe durante um semestre inteiro, constituindo-se, por assim dizer, no alicerce da pesquisa a ser realizada. Todo esforço despendido na fase de projeto resultará em economia de trabalho nas fases subseqüentes de trabalho prático.
Os passos práticos que o prezado leitor deverá seguir são os seguintes:
 
  1. Escolha o tema a ser pesquisado. O tema escolhido deverá ter um mínimo de relevância social. O prezado leitor deverá levar em conta o que foi dito acerca da população trabalhadora financiar a universidade através do pagamento de impostos e da necessidade de devolvermos conhecimentos a essa mesma população. Inclusive para criar uma nova funcionalidade social para a Universidade, de forma a que esta sobreviva ao processo de sucateamento e privatização levado a cabo pelo Governo FHC.
  2. Colete o maior número possível de informações sobre o tema escolhido. Procure em livros, jornais, revistas, páginas da internet etc. Com base em um estudo desse material, defina o objeto de pesquisa, elaborando um estudo inicial que:
  • Destaque sua importância;
  • Problematize o contexto no qual está inserido;
  • Analise suas principais características;
  • Estabeleça quais fatores o influenciam;
  • Discuta a inter-relação de tudo isso.
  1. Delimite a população a ser pesquisada;
     
  2. Elabore uma versão preliminar dos objetivos de pesquisa, constando de perguntas que se quer responder acerca do objeto de pesquisa;
     
  3. Com base nesses objetivos preliminarmente elaborados, redija um questionário com perguntas abertas versando sobre o objeto de pesquisa;
     
  4. Escolha uma amostra de no máximo dez pessoas para a aplicação do questionário aberto. A amostragem deverá ser intencional: o critério para a escolha dos entrevistados deve ser a existência de uma opinião efetiva, seja qual ela for. De nada adianta entrevistar quem não tenha opinião a dar... Os entrevistados devem ser testemunhas de fatos relevante ou deter alguma forma de conhecimento acumulado que ajude a elucidar ou problematizar o objeto e os objetivos da pesquisa. Atenção: Não realize as entrevistas abertas antes da finalização do Projeto de Pesquisa.
     
  5. Elabore um título para a pesquisa, expressando o conteúdo do objeto pesquisado. Não são títulos adequados: "Trabalho de Estatística" ou "Pesquisa Estatística".
     
  6. Elabore um cronograma de trabalho para toda a pesquisa;
     
  7. Redija o Projeto de Pesquisa. Os itens que este deverá conter são:
  • Capa com o Título da pesquisa, nomes dos Estudantes e do Professor, etc.
  • Apresentação: Breve relato que apresente aos futuros leitores qual o trabalho que está sendo realizado, a motivação para sua realização, quem o está realizando e em que circunstâncias curriculares.
  • Introdução: O contexto no qual o objeto de pesquisa se situa deve relatado ao futuro leitor, de forma que este possa compreender o que está sendo pesquisado.
  • Objeto da pesquisa, bem como suas características, fatores de influência, importância no contexto e inter-relações. Nesse item deve ser colocado o resultado de todo o estudo preliminarmente realizado através da bibliografia selecionada.
  • Objetivos de pesquisa ou os aspectos particulares do objeto de pesquisa que se quer conhecer, contextualizados, normalmente na forma de perguntas concretas às quais se quer obter respostas.
  • Hipóteses de pesquisa, se as houver.
  • População, delimitada em função do objeto e objetivos da pesquisa;
  • Amostra da Pesquisa Aberta: Os critérios para a escolha dos entrevistados, o tamanho da amostra e a descrição do processo de amostragem;
  • Questionário Aberto: As questões abertas para nortear as entrevistas de campo;
  • Cronograma de trabalho para a pesquisa.
  1. Pesquisa Aberta.
Após a revisão do Projeto de Pesquisa, segue-se a realização e tabulação da pesquisa aberta, a qual visa levantar os aspectos do objeto de pesquisa que passaram despercebidos quando da elaboração do Projeto de Pesquisa, contribuindo tanto com novas informações sobre o objeto como para uma definição mais precisa dos objetivos de pesquisa.
Pesquisa Aberta de Opinião é apresentado um exemplo que deverá ser lido e compreendido pelo leitor antes da realização da pesquisa aberta.
A aplicação da pesquisa aberta demanda os passos seguintes:
 
 
  1. Aplique o questionário aberto em campo. As perguntas abertas deverão ser apresentadas por escrito aos entrevistados. As respostas deverão ser verbais aos membros da equipe, que se encarregarão de anotá-las por escrito. A utilização de um gravador é recomendável, mas não substitui as anotações por escrito.
     
  2. Durante a entrevista, os entrevistadores deverão questionar as respostas detalhe por detalhe, visando torná-las as mais completas possíveis. Muitas vezes o entrevistado "toma o controle" da entrevista e relata inúmeros detalhes anteriormente insuspeitos ao investigador. Se tal situação ocorrer, as perguntas abertas servirão para o pontapé inicial sobre os temas que se quer discutir. O importante é saber ouvir, anotar e apreender o que está sendo dito pelo entrevistado.
     
  3. Tabule as respostas a cada pergunta na tabela espelho do questionário aberto, "passando a limpo" suas anotações sobre o que o entrevistado efetivamente respondeu;
     
  4. Reorganize as respostas tendo por critério as idéias comuns que surgirem. Para isso, proceda da forma seguinte:
    • Leia atentamente a tabela espelho do questionário aberto e anote cada idéia nova que surgir em uma fichas de papel (por exemplo, uma folha de papel A4 dividida em 8 partes);
    • Organize as fichas contendo idéias por temas em comum, para os quais você deverá dar um nome adequado;
    • Dentro de um mesmo tema, você poderá organizar as fichas das idéias por sub-temas, os quais também deverão possuir nomes apropriados.
    • A partir da organização desse fichário, redija o quadro sinóptico das respostas.
    1. Uma vez reorganizadas as respostas em temas, sub-temas e idéias, redija o resumo descritivo das respostas às questões abertas. O texto descritivo deverá corresponder o mais fielmente possível à opinião dos entrevistados, não sendo um produto da ideologia ou opinião política dos membros da equipe.
       
    2. Desde já fica um alerta à tentação de se produzir um documento "politicamente correto". As entrevistas visam saber a opinião dos entrevistados acerca do objeto e objetivos de pesquisa e não a opinião da equipe sobre o que os entrevistados supostamente deveriam ter como opinião...
       
    3. Com base no acréscimo de informações que o resumo descritivo representou em relação ao Projeto de Pesquisa, redefina o objeto de pesquisa, enriquecendo o estudo inicialmente elaborado, bem como os objetivos de pesquisa, desdobrando-os em perguntas mais específicas acerca do objeto.
       
    4. Redija o Relatório da Pesquisa Aberta, que deverá conter o seguinte:
    • Capa contendo título, etc;
    • Apresentação do que se trata o relatório;
    • As perguntas abertas aplicadas;
    • A tabela espelho do questionário aberto, contendo o resumo das respostas de cada entrevistado;
    • O quadro sinóptico das respostas organizadas por idéias afins;
    • O resumo descritivo da opinião pesquisada;
    • As novas definições e discussões acerca do objeto e objetivos de pesquisa.
    1. Projeto de Coleta de Dados.
A partir do Relatório da Pesquisa Aberta, deverá ser elaborado o Projeto de Coleta de Dados. A seqüência de trabalho é a seguinte:
 
    1. Com base no objeto e nos objetivos de pesquisa, os quais foram redefinidos à luz da pesquisa aberta, elabore um questionário com perguntas fechadas, o qual será o instrumento de coleta da opinião coletiva da amostra acerca do tema em pauta, servindo também para a obtenção do perfil ou estratificação dessa mesma amostra. Lembre-se que as perguntas do questionário fechado não são iguais às perguntas dos objetivos de pesquisa, mas estão intrinsecamente relacionadas com elas, de forma que a análise crítica das respostas às questões fechadas permita o estabelecimento de respostas aos objetivos da pesquisa.
       
    2. Defina as variáveis aleatórias que representarão as respostas às perguntas fechadas, tanto as perguntas que estabelecerão a opinião amostral como as que definirão o perfil da amostra.
       
    3. As perguntas do questionário fechado e as variáveis aleatórias que delas decorrem devem ser definidas à luz do estabelecimento por escrito de um quadro conceptual que explique o que se quer obter com cada uma das variáveis aleatórias e como elas serão utilizados para a obtenção da informação desejada.
       
    4. Defina o tamanho da amostra. No mínimo 100 pessoas deverão ser entrevistadas, para se obter uma amostra suficientemente grande;
       
    5. Defina o método de amostragem a ser utilizado:
      • Aleatório: Os entrevistados serão escolhidos através de alguma forma de sorteio.
      • A esmo: Os entrevistados serão escolhidos ao acaso, mas sem sorteio;
      • Intencional: Os entrevistados serão escolhidos intencionalmente, como representantes de determinada situação ou opinião.
      • Por preenchimento de cotas. Os entrevistados serão escolhidos a esmo, mas de forma a completar as cotas de uma Tabela de Definição da Amostra.
    6. O método de amostragem por preenchimento de cotas é muito utilizado e bastante confiável. A idéia do é fazer com que o perfil da amostra, seja o mais semelhante possível ao perfil populacional, em termos dos fatores que podem influenciar o objeto de estudo. São as chamadas variáveis de controle, obtidas a partir do quadro conceptual que o leitor redigiu em seu Projeto de Pesquisa. Exemplos de variáveis de controle são:
      • Idade;
      • Sexo;
      • Situação sócio–econômica;
      • Escolaridade;
      • Local de moradia; ou outros...
      • O perfil populacional deverá ser obtido da literatura ou do conhecimento prático obtida nas entrevistas abertas. Para o caso particular do perfil sócio-econômico, vide o Anexo 4 – Distribuição da População Brasileira Segundo o Consumo.
         
      • O tamanho da amostra e seu perfil se constituem nas informações básicas para a elaboração da Tabela de Definição da Amostra, a qual contem os cruzamentos das variáveis definidoras do perfil da amostra e quantas entrevistas deverão ser realizadas em cada um desses cruzamentos. Cada célula dessa tabela contém uma cota de entrevistas que deverá ser cumprida, para a obtenção da amostra com o perfil pretendido.
         
      • Uma vez definidos todos esses parâmetros da pesquisa, redija a metodologia de pesquisa. A partir da definição do quadro conceptual, essa é a parte do relatório que explica em detalhes o que será realizado posteriormente na pesquisa de campo e na análise dos dados obtidos:
      • Como o questionário fechado será aplicado;
      • A forma como as variáveis aleatórias representarão o perfil da amostra
      • A forma como as variáveis aleatórias representarão as respostas às perguntas relativas à opinião do questionário fechado
      • A maneira através da qual os valores amostrais dessas variáveis serão trabalhados estatisticamente
      • A maneira através da qual as estatísticas descritivas calculadas serão interpretadas qualitativamente para se gerar um quadro descritivo da opinião pesquisada.
      • Depois de tudo isso, basta terminar o Projeto de Coleta de Dados, contendo:
      • Capa com título, etc.
      • Apresentação do que se trata nesse relatório;
      • Quadro conceptual que defina a situação pesquisada
      • Questionário fechado;
      • Variáveis resposta às perguntas fechadas;
      • Perfil da amostra, obtido do perfil da população que se irá pesquisar;
      • Tabela de definição da amostra
      • Processo de amostragem escolhido;
      • Metodologia da pesquisa.
      • Pesquisa Piloto.
Após a finalização do Projeto de Coleta de Dados vem a pesquisa piloto. Embora possa parecer perda de tempo, sua realização é essencial tanto para a correção de defeitos nas perguntas fechadas (coisa muito mais comum do que se pode pensar inicialmente) como também para o treinamento dos estudantes na realização da pesquisa fechada.
 
 
Uma pesquisa piloto bem realizada e bem aproveitada pode representar considerável redução do trabalho subsequente, tanto na realização do trabalho de campo como principalmente na análise e interpretação posterior dos dados coletados. Afinal, se você só se perceber que algo saiu errado com a pergunta mais importante de seu questionário após todo o trabalho de campo ter sido realizado, como fará para consertar o defeito? Siga o procedimento abaixo para economizar tempo e dinheiro:
 
 
      • Aplique os questionários fechados a uma amostra piloto de no mínimo 10 pessoas;
         
      • Anote nos questionários os principais problemas que ocorrerem com sua aplicação:
        • Dificuldades de interpretação das questões pelos entrevistados;
        • Questões dúbias ou mal formuladas;
        • Questões que levaram a um direcionamento das respostas;
        • Dificuldades do estudante em aplicar o questionário.
5.                   
Analise esses problemas e revise o questionário fechado;
 
      • Redija o Relatório da Pesquisa Piloto, contendo os itens:
      • Capa com título, etc.
      • Apresentação do trabalho, etc.
      • Questionário fechado;
      • Tabela espelho do questionário fechado, com as respostas da amostra piloto;
      • Descritivo dos problemas, dificuldades de interpretação, dubiedades, direcionamentos, etc, encontrados durante a aplicação piloto;
      • Questionário fechado revisado.
      • Trabalho de Campo.
O trabalho de campo se constitui na alma da pesquisa de opinião é sua parte mais trabalhosa. Se a pesquisa piloto tiver sido realizada com êxito, o trabalho nessa fase será facilitado.
 
 
      • Aplique os questionários fechados à amostra escolhida. Especial cuidado deve ser tomado com o direcionamento das entrevistas a partir da opinião preestabelecida dos estudantes acerca do objeto de pesquisa.

      • Como amostra da pesquisa deverá ter seu perfil pré-delimitado na tabela de definição da amostra, especial cuidado deve ser tomado no controle dos questionários já aplicados, de forma a que a equipe, em conjunto, consiga "fechar" essa tabela preestabelecida de distribuição das entrevistas pelos cortes do perfil da amostra;
      • A "tentação" de se forjar o perfil de determinado entrevistado real, mudando-o de forma a permitir o "fechamento" da tabela de definição da amostra se constitui em desonestidade intelectual e desvirtua a confiabilidade da pesquisa estatística. Pior ainda, a "tentação" de se forjar respostas e inventar entrevistas fictícias para "acelerar" o trabalho constitui-se em verdadeiro crime intelectual;
         
      • Anote em diário de campo a descrição do processo de amostragem:
        • Data e hora de cada uma das entrevistas;
        • Locais de realização de cada uma das entrevistas;
        • Condições nas quais as entrevistas foram realizadas
4.                  Anote em diário de campo eventuais fatos relevantes para a pesquisa:
      • Declarações dos entrevistados;
      • Recusa à resposta;
      • Questionamentos que surgirem acerca da pesquisa;
4.                  Analise esses fatos à luz do objeto e objetivos da pesquisa, bem como do perfil e da representatividade da amostra;
   
5.                                                                                                                                          Redija o Relatório de Campo, contendo:
§  A descrição detalhada do processo de amostragem;
      • Os fatos relevantes da coleta de dados; e
      • A análise de tais fatos
      • Elaboração do Relatório de Pesquisa.
Terminado o trabalho de campo, vem a elaboração do Relatório de Pesquisa. Se tudo estiver em ordem, estarão prontos os seguintes relatórios parciais. Em conjunto, eles se constituirão na base para a elaboração do Relatório de Pesquisa.
      • Projeto de Pesquisa;
      • Relatório da Pesquisa Aberta;
      • Projeto de Coleta de Dados;
      • Relatório da Pesquisa Piloto;
      • Relatório de Campo.
Mantendo o cronograma dos relatórios parciais em dia, uma equipe chegará a essa fase com o trabalho praticamente pronto. Bastará, a seguir:
      • Tabular os dados;
      • Realizar a estatística descritiva das variáveis de controle, que definem o perfil da amostra, de forma a se certificar de sua representatividade perante a população
      • Realizar a estatística descritiva das variáveis resposta, visando a obtenção de informações para os objetivos da pesquisa.
      • Realizar os cálculos de estatística indutiva com as variáveis resposta, visando a generalização das informações obtidas na amostra para toda a população
      • Analisar qualitativamente as estatísticas descritivas e as probabilidades calculadas através da estatística indutiva, visando estabelecer um quadro descritivo da opinião pesquisada.
      • Tabulação dos Dados.
A tabulação dos dados do questionário fechado é o primeiro passo para a redação do Relatório de Pesquisa. Com os dados obtidos em campo, deverá ser elaborada a tabela espelho do questionário fechado contendo:
      • Perfil da amostra;
      • Respostas às perguntas fechadas.
Essa tabela deverá ser elaborada imediatamente após o trabalho de campo, para garantir que não ocorram perdas acidentais de dados e deverá fazer parte dos anexos do Relatório de Pesquisa.
 
 
      • Estatística Descritiva do Perfil da Amostra:
      • De acordo com a metodologia estabelecida para a pesquisa, cada uma das perguntas do questionário fechado que dizem respeito ao perfil da amostra deu origem a uma variável de controle. Após a tabulação dos dados, temos os valores amostrais de cada uma dessas variáveis. Tais valores serão utilizados pela estatística descritiva para o cálculo do seguinte:
      • As distribuições de freqüências das variáveis de controle;
      • As estatísticas amostrais dessas variáveis.
        • Média;
        • Mediana;
        • Moda;
        • Desvio padrão;
        • Desvio padrão da média.
      • As distribuições de freqüência e estatísticas descritivas das variáveis de controle devem ser dispostas em tabelas apropriadas, uma para cada variável. Os cálculos estatísticos para a obtenção dos valores não devem constar dessas tabelas, mas apenas os valores calculados. Os cálculos dever ficar na "memória de cálculo" anexo ao Relatório de Pesquisa.
         
      • Elabore os histogramas, gráficos descritivos das distribuições de freqüência do perfil da amostra, um para cada variável
         
      • Analise qualitativamente o processo de amostragem e a representatividade da amostra, a partir das estatísticas e gráficos descritivos do perfil da amostra, das informações contidas no Relatório de Campo e da definição do objeto e objetivos de pesquisa. Essa análise visa determinar se a amostra pode ou não pode ser considerada representativa da população, no tocante ao estudo do objeto e consecução dos objetivos de pesquisa. Em caso da amostra poder ser considerada representativa, é necessário explicitar quais viesses podem ocorrer quando da indução das conclusões amostrais para conclusões populacionais.
           
      • Redija a análise quantitativa e qualitativa da estatística descritiva do perfil da amostra, a qual deverá ser parte do Relatório de Pesquisa.
      • Estatística Descritiva e Indutiva das Respostas ao Questionário Fechado.
      • Também as perguntas do questionário fechado que almejavam à obtenção da opinião amostral dão origem a conjuntos de dados amostrais das correspondentes variáveis resposta. Para cada uma dessas variáveis deverá ser calculado e sumariado:
      • A distribuição de freqüências;
      • As estatísticas descritivas:
        • Média;
        • Mediana;
        • Moda:
        • Desvio padrão:
        • Desvio padrão da média, se não existir cortes no perfil da amostra;
        • Desvio padrão da diferença entre médias, no caso da existir cortes no perfil da amostra.
      • Esse procedimento vale para tanto a análise de todos os dados amostrais em conjunto como para o estudo de subconjuntos de dados amostrais que tenham sido estabelecidos em decorrência de cortes no perfil da amostra.
           
      • De acordo com os objetivos de pesquisa, as distribuições de freqüências das variáveis resposta a cada pergunta fechada deverão ser obtidas de duas diferentes maneiras:
        • Agrupando todos as respostas da amostra; e
        • Sub-agrupando os respostas em função de cortes no perfil da amostra determinados pelo objeto e objetivos da pesquisa:
          • Se o corte for por idade, haverá pelo menos dois subconjuntos de estatísticas calculadas: os de certa faixa etária "versus" os de outra faixa etária;
          • Se o corte for por sexo ou gênero, haverá exatamente dois subconjuntos: estatísticas masculinas "versus" estatísticas femininas;
          • Se o corte for por situação sócio–econômica poderá haver dois subconjuntos: "pobres" (classes "E", "D" e "C") "versus" "ricos" (classes "B" e "A");
          • Se o corte for por escolaridade deverá haver pelo menos dois subconjuntos: "mais escolarizados" "versus" "menos escolarizados;
          • Se o corte for por local de moradia: moradores de certa região "versus" moradores de outra região.
      • Elabore os histogramas das distribuições de freqüência das variáveis resposta, de acordo com os cortes da amostra e para todos os dados de conjunto.
         
 
      • A partir das estatísticas descritivas da amostra, realize os cálculos da estatística indutiva obtendo, no caso de não haver cortes na amostra, as margens de erro e nível de confiança de cada conclusão populacional.
           
      • Se existirem cortes na amostra isso implicará na realização de testes de hipóteses para a generalização dos resultados amostrais a toda a população. Por exemplo, no caso de se estar comparando a opinião de dois extratos da população através do estudo de dois cortes da amostra, calcule o risco ou a probabilidade de erro ao se rejeitar a hipótese (nula) de que não existem diferenças populacionais de opinião.
      • Sumarie os resultados das estatísticas descritiva e indutiva em tabelas apropriadas, deixando a memória de cálculo para os anexos.
      • Análise Qualitativa das Respostas ao Questionário Fechado:
      • Estude as estatísticas calculadas e gráficos descritivos das variáveis aleatórias representantes das respostas a cada pergunta. Leve em conta os objetivos de pesquisa, os cortes amostrais e a representativade da amostra como um todo. Para cada variável resposta, uma interpretação clara em língua portuguesa deve ser formulada como resultado dessa análise qualitativa dos dados quantitativos.
           
      • Redija, para cada pergunta e corte amostral, a interpretação das respostas fornecidas, em termos das estatísticas descritivas e indutivas e dos gráficos descritivos.
          
      • O número de interpretações a ser elaborado é igual ao número de perguntas, multiplicado pelo número de cortes na amostra. Assim, 15 perguntas com uma amostra cortada em duas resultará em 30 interpretações.
      • Conclusões do Relatório de Pesquisa.
As conclusões são a própria razão de ser da pesquisa. Essa etapa representa um salto de qualidade no processo de pesquisa. Durante as etapas anteriores houve um crescente acúmulo na quantidade de informações, sejam elas de cunho quantitativo ou qualitativo. Na fase das conclusões esse acumulo de quantidade de variadas informações dá origem a um salto de qualidade, gerando as respostas a cada um dos objetivos de estudo e as conclusões populacionais sobre o objeto de estudo.
 
 
Muito esforço cerebral deve ser reservado à formulação das conclusões da pesquisa. A todo custo deve-se evitar "morrer na praia", produzindo uma pesquisa de bom nível que no entanto, padece do "pequeno defeito" de nada concluir...
 
 
Tal esforço se mostra ainda mais necessário quando se analisa a barreira psicológica imposta ao raciocínio estudantil pelo "pacto de mediocridade" existente na universidade brasileira. Nela, há professores medíocres que só aprovam os alunos que papagueiam nas provas as palavras ditas por eles em aula. Só vale ao estudante acatar acriticamente a posição política-ideológica do professor, e qualquer sinal de independência intelectual é punido com a nota baixa. Ao lado desses professores, há estudantes não menos medíocres que se comprazem em tomar nota direitinho, "puxar o saco" de vez em quando, "papagaiar" uma prova e.... fácil: aprovação garantida!
 
 
O "pacto de mediocridade" castra a inteligência da juventude e é útil à dominação das elites na medida em que forma consciências comodistas e conformadas. Não ao comodismo! Não ao conformismo! Independência intelectual! Em seu trabalho de pesquisa os estudantes devem concluir o que deve ser concluído dos dados analisados, doa a quem doer! Exijamos o impossível!
 
 
Os passos práticos para a elaboração das conclusões da pesquisa são os seguintes:
      • Analise qualitativamente, em termos sociológicos, econômicos, políticos, psicológicos, etc, as interpretações das estatísticas descritivas e indutivas das variáveis resposta. Cada pergunta irá gerar uma análise diferente, que deverá trazer respostas aos objetivos de pesquisa, aumentando o conhecimento sobre o objeto de estudo.
         
      • No caso de não haver cortes no perfil da amostra, nessa análise deve ser incluída a margem de erro e o nível de confiança das conclusões populacionais.
         
      • No caso desses cortes existirem, inclua na análise o risco de erro ao se rejeitar a hipótese de não existir diferença de origem populacional;
         
      • A generalização para a população das interpretações de cada variável resposta deve partir da análise das variáveis de controle, a qual estabeleceu a representatividade da amostra e os possíveis viesses existentes.
         
      • As conclusões obtidas para as diferentes variáveis resposta devem ser comparadas entre si, buscando-se estabelecer os nexos e contradições existentes na opinião pesquisada.
         
      • Se a pesquisa visava explicar os porquês de determinada opinião coletiva, será nessas concordâncias e contradições entre as diferentes respostas que tais porquês serão encontrados.
      • Resumo da Pesquisa.
         
         
         
O Resumo é a síntese da pesquisa elaborada, a segunda parte mais importante do relatório de pesquisa, depois das conclusões.
Deverá conter 25 linhas de bom português, sem "jargões" e "palavras difíceis" com uma explanação global do contexto, do conteúdo e das conclusões da pesquisa realizada.
Especial cuidado deve ser tomado com a redação do resumo. Como ela se dá ao final de todo o trabalho, quando o prezado leitor já deverá estar cansado de tanto escrever, muitas vezes trabalhos excelentes são desperdiçados por resumos feitos sobre a pressão dos acontecimentos.
No caso de se pedir a publicação do trabalho ou sua apresentação em um congresso ou seminário, o resumo é a parte que será lida pela banca selecionadora. Além disso, na grande maioria dos congressos e seminários, apenas o resumo é publicado.
A importância do resumo é permitir ao leigo entender o significado mais amplo da pesquisa realizada, possibilitando que este se decida a contatar o autor para obter o relatório integral.
 
 
Ao final do resumo, o prezado estudante deverá fazer constar seu nome e endereço para contatos por escrito, seja via correios, via fax ou endereço eletrônico e-mail

§  Partes Componentes do Relatório de Pesquisa
O Relatório de Pesquisa deve ser redigida a partir de todo o material precedente. As principais partes componentes do relatório não necessitam cada uma ter um título próprio. Para efeito didático, várias partes podem estar englobadas sob um título em comum, criando-se os devidos "ganchos" entre as diversas partes do trabalho. Segue-se uma proposta de estrutura padrão para o Relatório de Pesquisa:
 
 
Capa (contendo faculdade, disciplina, título, autores, professor orientador, data)
Resumo;
Dedicatória (opcional);
Sumário;
      • Apresentação;
      • Introdução;
      • Objeto & Objetivos (incluindo as hipóteses de pesquisa, se as houver);
      • População & Amostras (da pesquisa aberta e fechada);
      • Metodologia de Pesquisa (todo o processo de coleta de dados, aberto e fechado);
      • Conclusões Finais;
      • Análise dos Dados:
      • Análise da Pesquisa Aberta
        • Descritivo da amostra da pesquisa aberta;
        • Questionário aberto;
        • Tabela espelho do questionário aberto;
        • Quadro sinóptico das respostas às perguntas abertas;
        • Resumo descritivo das respostas às perguntas abertas;
§ Análise do Perfil e Representatividade da Amostra Fechada
      • Tabelas das estatísticas descritivas calculadas do perfil da amostra;
      • Gráficos do perfil da amostra da pesquisa fechada;
      • Discussão qualitativa acerca da representatividade da amostra;
§ Análise das Respostas ao Questionário Fechado
      • Questionário fechado;
      • Tabelas das estatísticas descritivas calculadas das respostas da amostra;
      • Tabelas das estatísticas indutivas calculadas;
      • Gráficos descritivos de cada resposta;
      • Interpretação qualitativa dos dados quantitativos de cada resposta;
§  Anexos:
§ Tabela espelho do questionário fechado;
§ Memória de cálculo das estatísticas descritivas e indutivas;
Deve-se prestar atenção ao itens "Conclusões" e "Resumo", pois são nessas duas partes do Relatório de Pesquisa que se concentram as informações dispersas nas demais partes, as quais assumem um caráter qualitativamente superior.
 
 
Se as Conclusões se constituem na própria razão de ser da pesquisa, o Resumo é que permitirá que tais conclusões não permaneçam "secretas", expostas apenas "à crítica roedora das traças", mas sejam divulgadas para o público mais amplo possível.
3.      Seminário de Pesquisa.
Via de regra, as informações obtidas por uma pesquisa devem retornar a quem nela participou, fornecendo informações, ou quem mais possa estar interessado em conhecer o objeto pesquisado.
 
 
Se a pesquisa se deu em determinada unidade da universidade, os estudantes, professores e funcionários dessa unidade deverão ter o direito de vir a conhecer seus resultados. Se foram dirigentes sindicais a prestar os depoimentos abertos iniciais, toda a categoria deve ter o direito de saber as conclusões finais. E assim por diante.
 
 
Em função dessa necessidade de demonstrarmos ao contribuinte que nos financia qual a razão de ser da Universidade Pública, ao final do semestre haverá espaço reservado à apresentação, na forma de painéis. Um seminário estudantil de pesquisa, com direito à certificado e principalmente aberto a público mais amplo que a própria turma de estatística. Para participar bastará fazer o seguinte:
 
 
4.      Prepare a apresentação da pesquisa;
5.      Apresenta-a em seminário aos colegas estudantes;
6.      Discuta a pesquisa e as conclusões apresentadas com os colegas (essa parte é a mais importante), incorpore ao relatório de pesquisa os elementos trazidos à luz por essa discussão e redija a versão "para publicação".
7.      Formato do Relatório de Pesquisa.
8.      Os relatórios parciais e o relatório final de pesquisa devem ser digitados em Word. Os gráficos e tabelas podem ser elaborados em planilhas Excel e importados para o texto em Word. Deve-se dar preferência à versão Word97.
 
9.      A configuração de página deve ser para papel A4 com margens laterais de 3,0 cm e margens superiores e inferiores de 2,5 cm.
 
10.  A fonte da letra deve ser "Times New Roman" e o tamanho de corpo deve ser 12.

11.  O texto deve ter uma única coluna. O espaço entre linhas deve ser simples e entre parágrafos deve ser duplo. Não deve haver avanço de parágrafo.
 
12.  Os intertítulos devem ser numerados, centralizados, em fonte Bookmam Old Style, corpo 13 em negrito.
 
13.  O presente texto pode servir de modelo para a formatação do relatório.
A entrega dos relatórios sempre deve ser feita em duas mídias: Impresso em papel A4 e gravado em disquete de 3½ polegadas.
 
14.  Pesquisas Realizadas na UFBA.
No sentido de contribuir para a escolha do tema de pesquisa pelas equipes de trabalho, apresentamos a seguir o elenco de pesquisas realizadas nos períodos 97.1, 97.2 e 98.1 das disciplinas Estatística I-B e II-B:
 
 
As equipes podem escolher um tema já pesquisado para a realização de nova pesquisa. Aliás, isso seria muito bom, pois partiria de um trabalho já realizado, o qual poderia ser continuado e aperfeiçoado, traçando bases para uma comparação das metodologias praticadas.
 
Variações de Peso em Produtos Alimentícios Comercializados em Salvador. Analisou a variabilidade dos pesos de produtos alimentícios como feijão, ervilha, Biscoitos Cream Cracker, Arroz, Leite e Macarrão, todos encontrados em supermercados e mercearias de Salvador, procurando detectar o nível de diferença dos pesos reais com os pesos nominais constantes nas embalagens.
 
Acidentes de Trânsito em Salvador. Analisou os números de acidentes de trânsito mês a mês em Salvador, traçando o perfil das vítimas e dos tipos de acidentes.
 
Quem é preso na Bahia? Realizou o levantamento do perfil sócio-econômico, cultural e racional dos presidiários na Penitenciária Lemos de Brito. Procurou verificar se há influência da raça na intensidade da pena atribuída aos detentos, não encontrando evidência significativa ao nível de 5% de significância.
 
 
A Legalização da Maconha. Analisou a opinião dos moradores de Salvador sobre o polêmico tema.
 
  Estudos Preliminares Sobre o Consumo de Psicoativos em Villas do Atlântico: Teve por objetivo pesquisar o consumo de psicoativos entre a população jovem desse bairro de Lauro de Freitas, composta por indivíduos de classe média "média", estabelecendo diferenças e semelhanças entre os que consomem ou experimentam tais drogas e os que nunca fizeram uso delas. Objetivou também estabelecer quais os psicoativos mais consumidos, a evolução de seu consumo e a relação que a população consumidora estabelece com tais substâncias
 
 
A Opinião sobre o Consumo de Psicoativos entre os Moradores de Villas do Atlântico: um Estudo Preliminar. Objetivou suscitar questões de cunho geral acerca do consumo de psicoativos, a partir das opiniões obtidas entre moradores do referido bairro, procurando problematizar o tema em seu contexto sociocultural, no intuito de expor os efeitos dos aparelhos ideológicos do estado sobre a sociedade brasileira.
 
Evolução dos Casos de Aborto na Maternidade Tsylla Balbino - Período 1990 a 1997. A partir de um posicionamento crítico sobre o aborto, essa pesquisa procurou traçar um perfil das mulheres que abortam e discutir os números de abortos expontâneos e provocados que foram realizados nessa maternidade durante o período de tempo delimitado, em comparação com dados de atendimento global e de nascimentos no mesmo período.
 
 
A Legislação do Aborto: Questão Jurídica e Social. A partir do debate gerado pela regulamentação da lei do aborto, procurou conhecer as opiniões emitidas pelas estudantes de Ciências Sociais da UFBA.
 
 
Camisinha – Tem que Usar! Procurou constatar se a camisinha está realmente sendo utilizada pelos jovens e qual a opinião destes sobre os diversos aspectos de seu uso, fazendo uma comparação entre homens e mulheres
 
 
O Comportamento Sexual da Juventude Soteropolitana. Levantou o perfil da sexualidade de jovens de ambos os sexos de Salvador, em relação à utilização da camisinha e diversos hábitos e tabus sexuais.
 
 
A Emancipação Sexual da Mulher. Objetivou conhecer o pensamento dos homens das várias classes sociais acerca da emancipação sexual da mulher, estabelecer os bloqueios e preconceitos que estes formulam com relação ao assunto e analisar a visão machista que existe mesmo diante de tantas conquistas femininas na virada do milênio.
A Terceira Ausência: A intenção da pesquisa, realizada no Hospital Santo Antônio, foi averiguar a existência ou não de atividade sexual na terceira idade, seu potencial qualificativo e suas orientações de gênero. Pretendeu abordar a sexualidade na terceira idade como um processo de reconstrução da identidade a partir da aceitação do outro em relação à presença de ações dos diversos agentes.
 
 
Os Soteropolitanos são Acomodados e Preguiçosos? Através do levantamento da opinião dos soteropolitanos sobre diversos temas, procurou detectar se é verdade a lenda do acomodamento e da preguiça, procurando também traçar o perfil dessas qualidades em função da idade dos entrevistados. Concluiu que não há fundamento na lenda.
 
 
Bahia Morosa? Mesmo tema que a anterior, procurando traçar o perfil do acomodamento e da preguiça de acordo com o sexo, concluindo também que não há fundamento na lenda.
 
 
O Mito da Morosidade Baiana. Objetivou analisar o relacionamento existente entre a concordância com esse mito e as classes sociais. Concluiu que os baianos mais pobres possuem maior concordância com o mito, considerando a si mesmos mais preguiçosos que os baianos mais ricos.
 
 
A Opinião do Público Feminino Sobre o Futebol. Objetivou analisar como a mulher vê o futebol, enquanto prática esportiva e evento cultural capaz de envolver a todos, homens e mulheres. Também foi pesquisada o quanto as mulheres se deixariam envolver pela adesão ao futebol de seu companheiro e das pessoas que lhe são próximas.
 
 
A Inserção do Menor no Mercado de Trabalho. Essa pesquisa foi realizada junto ao "Centro do Menor João Paulo II" situado no bairro da Mata Escura de Salvador, o qual tem a proposta de combater o fenômeno de meninas e meninos de reuna, através de cursos profissionalizantes que são dados pela própria instituição. Procurou investigar qual o número de meninos e meninas de rua que por intermédio dos cursos profissionalizantes conseguiram ingressar no mercado de trabalho, buscando assim um alternativa para fugir do risco da prostituição e marginalidade.
 
 
O Perfil Sócio-Econômico de Estudantes Repetentes da 5a Série da Escola Estadual Conceição Meneses: Procurou estudar as causas da repetência, comparando o perfil sócio-econômico dos estudantes repetentes com o dos não repetentes, avaliando também a situação geral do ensino de péssima qualidade da rede pública.
 
 
O Perfil Sócio Econômico dos Turnos Vespertino e Noturno dos Estudantes das 7a e 8a Séries da Escola Estadual David Mendes Pereira. Analisou a situação geral dos alunos da escolas públicas e comparou os perfis dos estudantes vespertinos e noturnos e procurando estudar a interferência dos mesmos na aprendizagem dos alunos.
 
 
A importância do Ensino de Filosofia no 2o Grau: Procurou saber qual a opinião dos estudantes secundaristas acerca da importância do ensino da Filosofia nos colégios públicos e privados de 2o Grau de Salvador, frente à sua realidade sócio-cultural.
 
 
A Expectativa Profissional do Estudante do 3o Colegial de uma Escola Pública Soteropolitana. Objetivou analisar em que medida as expectativas profissionais da juventude escolarizada soteropolitana se relacionam com o contexto social e econômicos na qual tal juventude está inserida.
 
 
Quem São os Estudante da UFBA? A partir das constantes afirmações de que os estudantes da UFBA são provenientes das classe mais altas, estudaram em colégios particulares e não trabalham, essa pesquisa procurou levantar quais instrumentos (natureza da escola de 2o Grau) os estudantes mais pobres utilizaram para ingressar na UFBA.
 
 
A Satisfação dos Estudantes com o Curso de Farmácia da UFBA. Procurou traçar o perfil sócio-econômico dos estudantes da Faculdade de Farmácia da UFBA e verificar seu grau de satisfação com o curso que fazem. Procurou também verificar se existiam diferenças significativas de opinião entre os estudantes que ainda estão na primeira metade do curso e os que estão cursando a segunda metade.
 
 
Nível de Ensino no Curso de Pedagogia da UFBA. Partindo do princípio de que a qualidade de ensino é uma preocupação de todo estudante, pois é um dos fatores que irá definir o perfil dos futuros profissionais, e que essa preocupação deve ser ainda maior no curso de Pedagogia, o qual visa formar profissionais que irão interferir no processo educativo, a pesquisa procurou avaliar a opinião dos estudantes sobre a qualidade de ensino em sua faculdade.
 
 
A Mudança Curricular na Faculdade de Psicologia: Procurou inferir a opinião dos futuros psicólogos acerca da mudança curricular que se estava processando na Faculdade de Psicologia. A pesquisa intentou estabelecer quais foram as reações emocionais (medo, raiva, ansiedade, etc.) perante a mudança, bem como as atitudes práticas tomadas pelo alunado após o início do processo de mudança.
 
 
A Escolha do Curso de Língua Estrangeira como uma Oportunidade para o aprendizado de Língua e Cultura Estrangeiras. Objetivou verificar a importância dada a língua inglesa dentro da chamada globalização, como um aspecto a mais no processo de qualificação profissional do estudantes.
 
 
A Opinião dos Estudantes de Engenharia Química sobre o Número Reduzido do Sexo Feminino nesse Curso. Objetivou identificar os fatores que influenciaram na opção pelo curso, comparar as diferentes opiniões de ambos os sexos e detectar se existe algum tipo de preconceito em relação às mulheres nessa profissão.
 
 
O que Pensam de Estatística os Estudantes de Humanas na Ausência do Professor? Buscou fazer uma comparação com a pesquisa realizada semestralmente pelo professor, a qual objetiva estudar a relação de tais estudantes com esta disciplina, procurando estabelecer se há diferenças no discurso dos estudantes pela frente e pelas costas do professor. Concluiu que os estudantes possuem dois discursos e perante o professor respondem a pesquisa visando em primeiro lugar preservar seus interesses.
 
 
A relação entre os Estudantes de Ciências Sociais e as Bibliotecas da UFBA. Objetivou analisar os serviços prestados pelas bibliotecas e sua estrutura, o preparo de seus funcionários, as atitudes, motivações e interesses dos estudantes para com as bibliotecas. Concluiu que as bibliotecas da UFBA estão cumprindo, em bom grau, o seu papel e que há interesse, consciência e boas expectativas dos estudantes em relação a elas.
 
 
A Opinião dos Estudantes da UFBA sobre o Jubilamento. Buscou levantar a opinião dos estudantes sobre essa norma punitiva, bem como avaliar se havia ou não diferenças significativas entre as opiniões dos estudantes da área de humanas e da área de exatas.
 
 
A Indução da Opinião na Pesquisa Eleitoral. Objetivou detectar até que ponto uma pesquisa de opinião projetada para ser indutora poderá ou não influenciar a escolha de determinado candidato pelo eleitor. Concluiu que existe uma forte influência do tipo de questões utilizadas na escolha do candidato pelo eleitor ao final da pesquisa.
 
 
Além das citados pesquisas realizadas, seguem mais algumas sugestões de temas:
 
 
§  Que motivos psicológicos e sociais levam a população a votar em quem é seu carrasco?
      • O que leva uma pessoa ser evangélico ou membro de outra religião qualquer?
      • O que os estudantes desejam da política?
      • Que universidade os estudantes desejam?
      • O soteropolitano é racista?
      • A população negra é racista contra sua própria raça?

      • Bibliografia.
BARROS, Aidil de Jesus Paes de & LEHFELD, Neide Aparecida de Souza – Projeto de Pesquisa: Propostas Metodológicas – Petrópolis, Editora Vozes, 1990. ® Nos capítulos III em diante, esse livro discute a elaboração de um projeto de pesquisa, a coleta e interpretação dos dados e a redação do relatório final de pesquisa.
 
 
BOYD, Harper W.,Jr & WESTFALL, Ralf - Pesquisa Mercadológica, Texto e Casos - FGV - Instituto de Documentação da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1978. ® Um livro antigo mas muito bem explicado, para quem quiser aprofundar seus conhecimentos em pesquisa de mercado. Tem na Biblioteca da Matemática.
 
 
GIL, Antônio Carlos – Métodos e Técnicas de Pesquisa Social – São Paulo, Editora Atlas, 1991. ® Nos Capítulos 4 em diante, esse livro discute em detalhes a formulação do problema na pesquisa social, a construção de hipóteses, o planejamento da pesquisa, a operacionalização das variáveis aleatórias, a observação e a entrevista, a elaboração de questionários, a construção de escalas sociais, os principais testes estatísticos, a análise e interpretação de dados e a elaboração de um relatório de pesquisa.
 
 
GOLDENBERG, Míriam – A Arte da Pesquisa (Como Fazer Pesquisa Qualitativa em Ciências Sociais) – 2a Ed., Rio de Janeiro, Ed. Record, 1998; R$ 11,00 ® Um livro que discute a metodologia de pesquisa e instrumentaliza o leitor para a realização de uma pesquisa qualitativa, discutindo os principais aspectos desse tipo de pesquisa, sem no entanto cair no preconceito contra a utilização de dados quantitativos e estatísticos. Endereço da autora: RP Record, CXP 23052 CEP 20922-970, Rio de Janeiro, RJ.
 
 
MATTAR, Frauze Nagib – Pesquisa de Marketing – Volume 1 (R$ 29,00): Metodologia e Planejamento, Volume 2 (R$32,00): Execução e Análise; Atlas, SP, 1995 ® Um livro para quem quiser se especializar em pesquisa de mercado ou montar uma empresa de pesquisa.
 
 
SAMARA, Beatriz Santos & BARROS, José Carlos – Pesquisa de Marketing – Conceitos e Metodologia – Makron Books, 2a Ed. SP, 1997 (R$29,00) ® Outro livro para quiser se aprofundar em pesquisa de mercado ou montar uma empresa de pesquisa
 
 
RUDIO, Frans Vitor – Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica – Petrópolis, Editora Vozes, 1990. ® Nos capítulos II em diante, esse livro discute a elaboração de um projeto de pesquisa, as diferenças entre pesquisa descritiva e experimental, a formulação do problema da pesquisa, o enunciado das hipóteses, a coleta, análise e interpretação dos dados de pesquisa.


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